Uma das dúvidas comuns de quem assina o Mudando Diabetes por e-mail é: quem tem diabetes pode comer cuscuz? Se você também está procurando uma resposta, é neste artigo completo sobre o assunto que irá encontrá-la!
Nós vamos explicar inicialmente o que é o cuscuz. Depois, você vai descobrir que nem todo cuscuz tem as mesmas propriedades nutricionais, pois a base do cuscuz pode ser feita, na realidade, de diferentes ingredientes. Por fim, vamos comparar as informações nutricionais de acordo com os ingredientes usados no cuscuz para finalmente responder se diabético pode comer cuscuz. E você, o que acha? Continue lendo o artigo para descobrir!
O que é o cuscuz?
O cuscuz (ou couscous) é um prato preparado a partir da sêmola de cereais diversos. A sêmola nada mais é do que o nome que damos ao cereal incompletamente moído. Por isso, a sêmola é mais granular, mais grossa do que a farinha. E, como é feita a partir da moagem de grãos mais duros, é considerada uma parte nobre do cereal.
O cuscuz é feito quando pegamos a sêmola e adicionamos água, amassando aos poucos com as mãos até se transformar em pequenos grãos, que serão cozidos à vapor, geralmente numa panela chamada de “cuscuzeira”.
Qual a base do cuscuz no Brasil?
No nosso país, a sêmola do cuscuz é normalmente feita à base de:
- Cuscuz de trigo (para cuscuz marroquino e francês);
- Cuscuz de de Mandioca (ou tapioca, ou polvilho).
- Cuscuz de milho (para cuscuz nordestino e paulista);
- Cuscuz de Arroz;
Como a base do cuscuz pode ser feita a partir de ingredientes diferentes, você já pode perceber que as calorias e a composição nutricional será diferente de acordo com esta base.
Informações nutricionais do cuscuz
Agora, vamos conhecer as diferentes informações nutricionais de cada tipo de cuscuz numa tabela comparativa semelhante ao que fizemos no artigo sobre banana e Diabetes.
Porção de 50 g (4 colhes de sopa ou 1/2 xícara):
Tipo de cuscuz | Trigo (marroquino, francês) | Mandioca (tapioca, polvilho) | Milho (nordestino, paulista) | Arroz |
---|---|---|---|---|
Calorias | 178 Kcal | 144 Kcal | 170 Kcal | 170 Kcal |
Carboidratos | 36 g | 36 g | 38 g | 39 g |
Proteínas | 6,5 g | 0 g | 4 g | 3 g |
Gorduras Totais | 0,9 g | 0 g | 0,5 g | 0,3 g |
Fibra alimentar | 2 g | 0 g | 2 g | 0 g |
Sódio | 0 mg | 8,8 mg | 0 mg | 0 mg |
E então, diabético pode comer cuscuz?
Se você tem diabetes, é recomendado evitar o consumo de cuscuz.
Para entender melhor, vamos analisar juntos a tabela nutricional dos diferentes tipos de sêmola usadas no cuscuz? Esse é um exercício que sempre fazemos nos artigos do Dicionário dos Alimentos aqui no Mudando Diabetes.
Como você pode perceber, o cuscuz é um alimento rico em carboidratos (“açúcar”), que irão se transformar em glicose no seu sangue, aumentando a glicemia pós-prandial (taxa de glicose no sangue após refeições).
Além disso, alguns dos tipos de sêmola não apresentam proteínas, gorduras e nem mesmo fibra alimentar. Quando ingerimos um alimento rico em carboidratos e pobre em fibras, nosso pico de glicemia após a refeição é alto e, consequentemente, uma grande carga de insulina é liberada, resultando em uma hipoglicemia rebote e exacerbação da fome poucas horas após a refeição. Você pode ver isso na nossa tabela postada no artigo citado acima, sobre glicemia pós-prandial:
Você vai comer cuscuz mesmo assim? Confira as recomendações.
Em caso da ingesta de cuscuz, os mais recomendados seriam o cuscuz de milho e de trigo por conter uma quantidade maior de fibra alimentar e proteínas. Porém, estas foram as tabelas nutricionais que encontramos de alguns dos produtos disponíveis no mercado. Essa tabela pode não ser a mesma dependendo do produto que você consumir.
Os outros ingredientes da receita também importam! É o mesmo que comentamos no caso de diabéticos consumindo banana: se você adicionar aveia, que aumenta a quantidade de fibras no prato, o alimento fica muito mais adequado para ser consumido por diabéticos. Com o cuscuz não é diferente: na primeira imagem do artigo você viu um exemplo de receita de cuscuz marroquino, feito à base de sêmola de trigo. Perceba que ele contém vários ingredientes saudáveis: brócolis, grão-de-bico, tomate, pimentão, ervilhas e especiarias, todos alimentos muito adequados para o diabético. Isso “dilui” a quantidade de sêmola de trigo no prato e torna-o mais saudável.
A preferência é realmente evitar o consumo de cuscuz devido à grande quantidade de carboidratos presentes.
Porém, como sempre falamos no Mudando Diabetes: um alimento nunca deve ser considerado isoladamente na sua dieta e sim fazer parte de um planejamento completo. Se você tem uma dieta excelente, pobre em carboidratos, rica em fibras, vitaminas, sais minerais e substâncias saudáveis em geral, é claro que não irá fazer mal ingerir uma pequena porção de cuscuz em algum momento na sua semana. A chave, mais uma vez, é a moderação e o planejamento.
Este foi nosso artigo sobre cuscuz? E você, consome o alimento? Depois do diagnóstico, parou de consumi-lo ou passou a consumir com moderação? Deixe seu comentário!